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A falsidade midiática
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Nos últimos dias, a notícia acerca da morte da cantora britânica Amy Winehouse chocou a todos do mundo artístico, embora já esperássemos tal desfecho em mais ou menos dias.
O falecimento de Amy e a repercussão provocada pelo mesmo remeteram-me a lembrar de outro astro da música que morrera quando se preparava para iniciar uma turnê pelo continente europeu. Apesar de minhas pretensões não estarem ligadas a comparar o rei Michael Jackson e a polêmica estrela do Jazz, fica difícil, pela rescendia dos fatos, não lembrarmos que ambos durante sua trajetória pelos mais diversos palcos sofreram bruscas perseguições por parte da mídia, no entanto, quando partiram desta vida passaram a ser citados – pelos mesmos que os criticavam- como “revolucionários da histórica da música.”
É verídico e claro que esses dois ícones estiveram, com certa veemência, presentes nas mais diversas páginas de noticiários, especialmente nos últimos anos, porém, em algumas circunstâncias era evidente que o artista estava a sofrer determinada perseguição. Temos como exemplo, ainda levando em conta a história de vida de Amy Winehouse, os fatos de que a cantora não podia sofrer sequer um deslize nos shows, ou mesmo se desequilibrar que imediatamente os jornais e revistas sensacionalistas apontavam, sem averiguarem a veracidade dos fatos, que a artista havia bebido ou se entupido de drogas.
Os problemas de Winehouse com esses males nunca foram surpresa a ninguém, de qualquer forma, só o fato dela ter cometido alguns erros durante suas apresentações não indica que ela tenha realmente ingerido tais substâncias momentos antes de pisar no palco, pois, como essas pessoas certamente não devem saber até mesmo quem consumiu essas toxinas durante alguns anos, mas que atualmente se encontra livre do vício ainda está sujeito a apresentar deficiências motoras, dificuldade de concentração, perdas de memória, etc.
Não que eu esteja defendendo Amy e, tão pouco insinuando que suas atitudes devam servir como exemplo, só busco deixar claro que qualquer um pode cometer erros sem necessariamente estar embriagado ou drogado para isso, mas é óbvio que a mídia, ciente do comportamento desleixado do artista, tentará de todas as formas desvirtuar alguma situação de modo que ela fique boa o suficiente para vender muitos exemplares ou proporcionar uma gama elevada de audiência.
Embora essa situação seja uma realidade, o que me promove o sentimento de revolta é que as mesmas revistas, os mesmos jornais e as mesmas emissoras televisivas que tanto lucraram ás custas de escândalos envolvendo esses e muitos outros artistas, são os que hoje fazem documentários e “matérias especiais” mostrando cada aspecto de como era a vida particular dessas pessoas, juntamente com a maneira com a qual eles se comportavam perante aos fãs e amigos. E tudo isso objetivando o quê? Não poderia ser outra coisa senão a busca pelo tão almejado dinheiro o qual esse capitalismo selvagem nos impregna.
Enquanto os ávidos admiradores de determinada celebridade sofrem com a perda de um (a) ídolo, a mídia com toda a sua falsidade, e todo o seu talento de persuasão é quem acaba sobressaindo-se.
Um crime implícito como tal não deveria ocorrer de maneira tão próxima e ao mesmo tempo tão distante dos cidadãos descentes. Fica difícil propor soluções quando você mesmo- às vezes indiretamente- permite e deixa-se enganar por essa leva de informações banais que nada têm a acrescer em nossas vidas. Cabe a cada um fazer sua parte, lembrando-se que por detrás de uma notícia haverão sempre muitas cifras envolvidas, cujo destino, não passará nem perto de nós.









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